Em sabatina realizada hoje (25) pela manhã no Senado Federal, o subprocurador Augusto Aras, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro como Procurador-Geral da República, defendeu “correções” na Lava Jato e declarou seu apoio à Lei de Abuso de Autoridade que teve 18 vetos derrubados ontem (24) pelo Congresso.

“Sempre apontei os excessos, mas sempre defendi a Lava Jato, porque a Lava Jato não existe per se. A Lava Jato é o resultado de experiências anteriores, que não foram bem-sucedidas na via judiciária”, afirmou o subprocurador.

Na sabatina, Aras citou operações que antecederam a Lava Jato como Satiagraha, Castelo de Areia, Banestado e Sundow. “Esse conjunto de experiências gerou um novo modelo, modelo esse passível de correções, e essas correções eu espero que possamos fazer juntos, não somente no plano interno do Ministério Público, mas com a contribuição de vossas excelências”, disse o subprocurador aos senadores.

Aras também declarou seu apoio à Lei de Abuso de Autoridade. “Acredito que temos no Brasil uma Lei de Abuso de Autoridade que pode alcançar sim a finalidade social a que se dirige a norma e pode sim produzir um bom efeito, porque é preciso que quem trate com a coisa pública tenha o respeito devido ao cidadão”, afirmou.

Por fim, Augusto Aras – que no passado citou Che Guevara como “um pensador latino-americano que ousou sonhar com liberdade” e defendeu eleições “sem perspectivas de golpe” – afirmou que a Lava Jato precisa ter “menos holofote” e mais “impessoalidade”.

“A impessoalidade que proíbe a promoção pessoal, mais do que nunca, deve ser velada. Quando emitirmos opinião prévia, estamos nos comprometendo até por vaidade a um resultado que muitas vezes é injusto. Desejamos que seja resposta na Lava Jato a impessoalidade”, afirmou Aras.

2 comments
  1. Maior cagada do Bolsonaro até agora indicar esse esquerdista para PGR. Grande erro! Mas sabemos que tem muitos interesses por detrás. A escolha não depende somente de sua vontade. Se escolhe um de sua vontade pode vim a sofrer um golpe pelos próprios militares esquerdistas. Mas se liga Bolsonaro! Estamos de olho! Ja vimos que Aras é contra a lava jato.

  2. Se entendi a semântica da fala do Procurador, ele vai reduzir, de alguma formade a Lava Jato. A minha opinião é de que não existe impessoalidade na área criminal; pelo contrário, ela é estritamente pessoal. A projeção dos operadores acontece normalmente, como aconteceu na operação mãos limpas, na Itália. Não entendi bem qual será a extensão e efeitos do que ele pretende fazer; e o que ele pensa sobre a importância da Lava Jato para o Brasil, bem como da garantia dos seus efeitos.

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