Após a aprovação do texto-base da Reforma da Previdência, a Câmara dos Deputados destriu parte da reforma e abriu a porteira para destruí-la de vez.

Na calada da noite de quinta (11) para sexta (12), esquerda e PSL se uniram para aprovar uma absurda emenda do Podemos que privilegia policiais federais, policiais rodoviários federais, agentes penitenciários e socioeducativos, policiais legislativos e policiais civis do Distrito Federal (que são pagos pela União). Policiais militares e civis dos estados não estão incluídos na emenda.

Foram 467 votos a favor contra apenas 15 votos contrários. Tanto a esquerda (PT, PSOL, PCdoB e afins) quanto PSL e Centrão votaram em peso a favor. Cabe lembrar que o próprio presidente Jair Bolsonaro se manifestou a favor do vergonhoso privilégio (vídeo disponível aqui). O NOVO foi o único que orientou contra a emenda.

Graças à emenda agora aprovada, todas os funcionários públicos na ativa mencionados poderão se aposentar aos 53 anos (homens) ou 52 anos (mulheres) com salário integral (integralidade) e direito a receber reajustes iguais aos de quem está na ativa (paridade).

Esta é uma aberração tão grande que até o governo Lula atuou para acabar com o privilégio de integralidade e paridade em dezembro de 2003. Aqueles que entraram no serviço público depois deixaram de ter este privilégio.

Cabe lembrar que estes funcionários públicos chegam a ganhar até R$ 20 mil mensais. Graças à emenda aprovada, todos eles manterão este salário – que os coloca entre os 5% mais ricos do país – quando se aposentarem e ainda receberão aumento quando os funcionários da ativa receberem.

É um verdadeiro tapa na cara de milhões de brasileiros da iniciativa privada que se aposentarão aos 65 anos (homens) ou 62 anos (mulheres) recebendo no máximo o teto do INSS (R$ 5,8 mil).

3 comments
  1. esses 20 mil reais colocam eles facilmente no 1% do país. em 2013 se dizia que com 13 mil de renda familiar se colocava no 1%… hoje em dia deve ter subido só pouco. isso sem contar o salário da esposa, etc

  2. Claro que querem incluir as forças policiais nas excessões. Assim terão garantia de que as forças armadas pelo próprio Estado estejam do lado “certo” caso o povo resolva ir às ruas lutar para a equiparação das aposentadorias dos politicos.

    É um absurdo. Torne-se, então facultativa a contribuição.

  3. Não há direita no país, o que existe são pessoas que se amarraram nos discursos do presidente e o apoiaram; O partido PSL demonstra isso, formado quase completamente por militares.

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