O sistema GEDAI-UE da urna eletrônica do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi invadido por hackers e teve o código do sistema vazado durante a semana anterior ao segundo turno das eleições deste ano. Além do vazamento não autorizado, hackers tiveram sucesso ao entrar na Intranet do TSE e obter informações privilegiadas e confidenciais como e-mails, envio de senhas para juízes, credenciais de acesso, etc.

O TSE confirmou que pessoas de fora da Corte podem ter tido acesso a informações sobre os equipamentos que o TSE mantém sob segredo. Os invasores, entretanto, não tiveram acesso à parte do sistema que exibe os votos dos eleitores.

O GEDAI-UE invadido pelos hackers é um gerenciador de dados, aplicativos e interface com a urna, que fornece às equipes dos cartórios eleitorais e dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) o suporte de software necessário à carga das urnas eletrônicas. É o sistema responsável por gerar as flashes de carga, de votação e mídias para a urna, além de receber e enviar as correspondências para os TREs.

Basicamente, esse é o sistema que gera cartões de memória que contêm o Uenux (Urna eletrônica com Linux), os candidatos e os eleitores. “Candidatos e eleitores são importados pelo Gedai-UE de outros aplicativos do TSE. Com esses cartões de memória, os técnicos dos tribunais regionais eleitorais instalam o Uenux na urna com as listas de candidatos e eleitores, procedimento feito a cada nova eleição”, explica o TSE em seu site oficial.

Um dos hackers detalhou ao TecMundo como conseguiu o acesso privilegiado ao sistema do TSE. De acordo com ele, o acesso aconteceu por meio de vulnerabilidades em aplicações desenvolvidas pelo próprio Tribunal. Assim, foi possível um acesso remoto a um dos equipamentos ligados à rede.

“Tive acesso à rede interna (Intranet) e, por vários meses, fiquei explorando a rede, inclusive entrando em diversas máquinas diferentes do TSE, em busca de compreender o funcionamento dos sistemas de votação”, escreveu o hacker. “Com isso, obtive milhares de códigos-fontes, documentos sigilosos e até mesmo credenciais, sendo login de um ministro substituto do TSE (Sérgio Banhos) e diversos técnicos, alguns sendo ligados à alta cúpula de TI do TSE, ligado ao pai das urnas (Giuseppe Janino)”.

Sérgio Silveira Banhos, citado pela fonte, é o ministro substituto do TSE desde 2017. Já Giuseppe Janino é o secretário de tecnologia do Tribunal Superior Eleitoral e foi o criador do coletor eletrônico de voto.

“Passadas algumas semanas em que estive utilizando os equipamentos de rede do TSE, notei via emails dos técnicos da STI que os mesmos notaram tráfego suspeito (porque utilizei programas de scan na rede)”, explicou o hacker. “Fizeram uma perícia para detalhar como o invasor conseguiu obter acesso ilegal à rede, mas mesmo com todos estes procedimentos de segurança que dotaram, incluindo a alteração de senhas de todas as contas, acabou não sendo suficiente para interromper meu acesso aos emails e também para a rede interna”.

O hacker também indicou que durante a votação de primeiro turno, no dia 07 de setembro, os técnicos do TSE “cortaram acesso VPN e ao Correio, talvez para justificar que as urnas não possuem conexão à internet”.

“Isso é bem assim, pois qualquer cidadão com conexão à internet e conhecimento para tal faria, exemplo: controle remoto de qualquer servidor que dispõe de conexão à internet/intranet, poderia ser utilizado para manipulação, de aplicações responsáveis pelo sistema de votação, como o Intercad (aplicação WEB/JAVA), ligada aos TRE’S”.

O hacker explicou ainda que obteve, junto com o código-fonte, as chaves que são utilizadas. “Somente o código-fonte descompactado (GEDAI-UE) ultrapassa 3GBs, sendo que obtive milhares de outros códigos, como Cand-web”. E também explicou que as aplicações vulneráveis rodavam versões ultrapassadas do JBoss, “como o Malote Digital usado por TRE’s”

“Essas aplicações deveriam ser utilizadas somente em ambientes de desenvolvimento, sendo que em ambientes de produção, é possível subir um arquivo malicioso/shell, em linguagem JSP. Inclusive, pude notar há algumas semanas atrás uma aplicação em Jboss vulnerável a upload por meio de url_deployment_java.net, rodando em ambiente de produção, pelo próprio TSE”, explicou o invasor.

Confira abaixo algumas imagens do código-fonte do sistema invadido que foram disponibilizadas pelos invasores:

Com informações do TecMundo

16 comments
  1. É triste o nível dos comentários. O tal do hacker invadiu a rede da Justiça Eleitoral, não os votos ou as urnas eletrônicas. Conseguiu acesso a senhas, mas foi incapaz de produzir qualquer alteração no sistema que pudesse atrapalhar a votação. É evidente que nenhuma rede é à prova de invasões, ninguém advoga esse tipo de absurdo. Mas uma coisa não tem absolutamente nada a ver com a outra: acessar emails funcionais, programas, etc., não tem qualquer relação com alteração de votos ou resultados. Não sei se é só falta de interpretação de texto ou se é essa síndrome de vira-lata que sempre conduz à crença de que nada funciona no brasil. Devem ser as duas coisas juntas.
    Vocês sabiam que as instituições bancárias também são invadidas? Estão guardando dinheiro debaixo do colchão por causa disso? Por favor…

  2. Si não houvesse chances de fraudar em favor do Hahhad , eles teriam atendido a vontade do povo quanto ao projeto do Bolsonaro sobre as urnas com voto impresso,que foi votado no Congresso com maioria esmagadora .mesmo assim oT S E atraves do FUX VETOU APOIADO PELO STF

  3. Eu já acho que houve fraude sim…a diferença entre Bolsonaro e Haddad foi muito pequena…deveria ser de 30 a 39 por cento…pelo certo…

  4. Haddad não teve 45 milhões de votos nem aqui nem na China, é claro que teve fraude.so não ganhou o pt por pressão popular nas redessociais.

  5. Nada informatizado é seguro. Ainda nao temos urnas quânticas. E mesmo que houvesse o Brasil já saberia como fraude. O negócio é voto no papel e pronto. Com certeza mais seguro

  6. O POVO BRASILEIRO COBROU O VOTO IMPRESSO, VOTO QUE POSSA SER AUDITAVEL MAS O APARELHADO TSE , RELEGOU, FOI INDIFERENTE A VONTADE POPULAR!!

  7. Pessoal muita calma, ninguém disse que o processo eleitoral tenha sido fraldado. Como Cientista da Computação, garanto que o nosso prossesso eleitoral é Seguro.

    1. A Rosinha do tse e o Raul da justiça também disse a mesma coisa!
      É seguro mesmo como a exma presidente do tse falou; já que o sistema foi invadido ainda no primeiro turno e continuou a invasão durante o segundo turno? A quem eles querem enganar???

    2. A Rosinha do tse e o Raul da justiça também disse a mesma coisa!
      É seguro mesmo como a exma presidente do tse falou; já que o sistema foi invadido ainda no primeiro turno e continuou a invasão durante o segundo turno? A quem eles querem enganar???

    3. Quer saber…as eleições do não teve outro resultado porque ,o STF..estava sob responsabilidade do ascessor gen da reserva,que o Tofoli teve que engolir e digerir,após almoço com 4 GENERAIS 5 estrelas e a ministra Rosa ficou pianinho e caladinha..a diferença na votação seria arrasadora com mais de 30% de diferença…só amenisaram…pra vergonha ser menor..

  8. O Prof Dr. Diego Aranha alertou inúmeras vezes a respeito da fragilidade do sistema, mas infelizmente o “ego” dos servidores públicos falaram mais algo ou talvez faltou humildade para aceitar que são incompetentes e incapazes de garantir a lisura do processo eleitoral…
    Assim como inúmeras vezes o professor ficou à disposição do TSE para ajudar no que fosse necessário, mas infelizmente o resultado não seria diferente do esperado, acrescento que essa realidade foi proferida em diversas vezes durante as entrevistas com o docente.

  9. Aqui é Brasil. De que adianta a defesa do TRE para algo indefensável? Aqui antes de inventar a árvore, já se havia inventado o fruto!!!

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